quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Os Direitos Vão à Escola - Sugestão de leitura


 

Certo dia, a turma do Manuel recebe uns visitantes muito especiais.

Surpreendidos e entusiasmados, meninos e meninas vivem momentos inesquecíveis, e escutam palavras poderosas, que guardarão como um tesouro dentro de si.

Partindo do texto da Declaração Universal dos Direitos da Criança e da Convenção Sobre os Direitos da Criança, este livro convida-te à descoberta dos teus direitos, contribuindo para a divulgação, debate e reflexão sobre os mesmos.

Aguarda-te uma leitura emocionante de um livro repleto de maravilhosas ilustrações.

Conhecer os teus direitos será um verdadeiro prazer!

Vamos ler?


Celeste Almeida Gonçalves

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

As Flores Também Sonham - Sugestão de leitura



Queres conhecer as fantásticas aventuras deste girassol? Voa com ele!


Era uma vez uma bela flor amarela que vivia num jardim junto de outras flores, plantas e árvores. Sempre voltada para o sol, rodando a sua corola, a flor era especial pois além de bela e elegante, também sonhava.

Esta flor recebia diariamente a visita de um menino mágico que tinha grande apreço e admiração por ela.

 Certo dia, depois das palavras elogiosas do menino, a flor, que era um girassol, sentiu um profundo desejo de voar. A sua ânsia de conhecer o mundo para lá do jardim que habitava, de descobrir outros lugares e de viver novas experiências, tornou-se de tal forma intensa que não hesitou em partilhá-la com os seus companheiros.

 Foi então que o amigo gato aconselhou este girassol a contar ao menino mágico o seu sonho de voar.

 Por vezes é preciso magia para que os sonhos aconteçam. O menino mágico compreendeu as razões da grande flor, e concedeu-lhe o poder de voar. Mas a magia não basta. O girassol teve de fazer o seu esforço e empenhar-se para realizar a grande proeza de voar. Coragem e determinação não lhe faltaram. E todos os habitantes do jardim lhe deram ânimo para concretizar o seu sonho.

 O que a seguir se passou foi uma verdadeira e espantosa aventura!

Vamos ler?

Celeste Almeida Gonçalves

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

"A Oliveira Mágica" - sugestão de leitura



Gostas de aventura e emoção? "A Oliveira Mágica" desafia a tua imaginação! 

Francisco vive numa grande cidade, na companhia dos seus pais.

Até que um dia tudo muda. Francisco vai ter de deixar a sua escola, o professor José e os amigos, partindo com a família rumo a uma nova vida.

É na quinta do avô Daniel que conhece a amiga Mariana e vai descobrir um novo mundo, pleno de aventuras e revelações. Francisco viverá toda a beleza e força da natureza e a oliveira mágica transportá-lo-à para uma dimensão fantástica, cheia de emoções.

Um casebre cheio de mistério…um hipotético dragão…interrogações sobre as intrigantes e fascinantes coisas da vida…e a surpreendente natureza!

Este é um livro onde encontras sentimentos como o amor e a amizade, bem como valores como a solidariedade, o respeito pelos outros, por ti próprio e pela natureza.

Vamos ler?

Celeste Almeida Gonçalves

"A Oliveira Mágica" - As perguntas de Francisco e Mariana

 


«Certo dia, uma vizinha veio visitar o avô e trouxe a neta. Mariana era uma miúda da sua idade e, por isso, logo trataram de se conhecer. Francisco simpatizou com ela. Não era manienta e até alinhava nas suas conversas e brincadeiras.

Às vezes, ficavam sentados junto da oliveira e falavam de coisas intrigantes e misteriosas. Era assim que gostava de lhes chamar: «coisas intrigantes e misteriosas». Fazer perguntas e procurar respostas era uma espécie de jogo de que ambos gostavam. Ao princípio, Mariana ficava um pouco desconcertada com as perguntas de Francisco, mas, passado algum tempo, também ela contribuía com interrogações sobre as tais coisas intrigantes e misteriosas. A vida, a morte, o trabalho, a felicidade, os outros, a Natureza, o pensamento e muitos mais assuntos eram, para os dois meninos, motivo de inúmeras questões, para as quais procuravam respostas. 

«Porque é que vivemos? O que é ser feliz? Porque precisamos de trabalhar? Podemos viver uns sem os outros? Seríamos os mesmos sem a existência dos outros? É possível entender tudo? Se alguém entendesse tudo, continuaria a pensar? O que é pensar?» 

Francisco e Mariana entregavam-se a estas e a outras infindáveis perguntas, descobrindo assim o prazer de questionar o mundo. 

Durante estes diálogos, o Cusco assistia serenamente ao entrelaçar de palavras, deitado com o focinho entre as patas e seguindo fixamente cada movimento. 

A grande oliveira parecia compreender a conversa dos dois meninos, abanando suavemente os seus ramos a cada ideia e produzindo um sussurro de brisa com o respirar brando, naqueles dias quentes de verão. A sua sombra e frescura tornavam-na cada vez mais majestosa aos olhos de Francisco.»

In "A Oliveira Mágica"

Celeste Almeida Gonçalves

segunda-feira, 19 de julho de 2021

Banchi - Novela - Capítulo 1 "Um desejo incompreendido"



                                                                           Ilustração de Sandra Serra

Confesso-vos que nunca compreendi a intransigência do meu pai quando este afirmava, sem qualquer lampejo de hesitação, que não queria ter um animal de estimação. Depois, invocava uma série de razões, todas muito válidas, mas sem qualquer préstimo para o meu profundo desejo de ter um cão. Tudo se resumia a isto: Não tínhamos vida para cuidar de um animal doméstico. Um cão, no caso do meu insistente pedido, seria uma fonte de problemas, tanto mais que éramos uma família de seis. O carro já era pequeno para nós, quanto mais para albergar um peludo, sobretudo durante as viagens que fazíamos com frequência, até à casa dos meus avós, a mais de duzentos quilómetros de distância. Uma prisão! Era assim que o meu pai via a existência de um cão, entre nós.

Durante alguns anos, foram infrutíferas as tentativas para o convencer. A mãe, mais flexível, sorria complacente, como que dizendo, que sim, mas o pai, esse, permanecia irredutível.

Lembro-me bem do dia em que ao sair da escola, me deparei com uma ninhada de lindos cachorrinhos, no jardim de um colega. Eram tão lindos, que hoje, à distância do tempo, ainda sinto o coração a palpitar e a derreter-se de ternura e ansiedade perante aqueles seres tão cativantes. Os meus olhos a brilhar de admiração e a tentação a vencer o possível ralhete do pai e as advertências da mãe. Vai daí e, perante a oferta do meu amigo, não resisti e coloquei o cãozinho dentro da mochila, no meio dos livros e cadernos.

Lá fui para casa e, acreditem, levava o mundo na minha mochila. Um mundo precioso.

Ao cimo da rua avisto a minha mãe no jardim e apresso o passo, sem saber muito bem como descalçar aquela bota. Mas como quem não arrisca, não petisca, avancei ligeiro, rua abaixo, com os olhos a fugir para o impossível e a mochila a estrebuchar por todo o lado.

- Olá, boa tarde também para ti! Porquê toda essa pressa?  – disse a mãe, apercebendo-se da estranheza da situação.

As mães têm sempre poderes de adivinhação.

- Boa tarde, mãe! Vou para o meu quarto, tenho muitos trabalhos de casa para fazer.

E eu convencido de que iria conseguir manter o cachorro incógnito, num esconderijo, primeiro no quarto, depois logo se veria. O que interessava, era introduzi-lo em casa, preparar o terreno e, depois do facto consumado…enfim…tão lindo, talvez os pais se deixassem cativar, também.

- Espera aí, filho! O que tens na tua mochila? Vá, mostra lá! Parece que está viva!

Apanhado em flagrante delito, abri a mochila, derrotado no meu intento de ter um cão. A mãe abriu os olhos como eu nunca vira, pegou no cachorro e ergueu-o bem alto, entre um belo sorriso e um contrair de lábios. Depois, veio o esperado discurso.

- Eu sei que queres ter um animal de estimação, mas este é muito pequeno, ainda precisa dos cuidados da mãe e tem dono. Não podemos ficar com ele. Além de tudo isso, o pai não ia aceitar. Um dia, quem sabe, talvez tenhamos um cão. E pensa que, quando fores adulto, talvez possas ter o animal que tanto desejas.

Ser adulto era tão longe. Tão longe, que me entristeceu ser ainda criança. Quanto tempo faltará para ser adulto? Perguntava a mim próprio. - Uma eternidade - respondia eu, num exercício muito comum, naquela altura, que era o de fazer perguntas incómodas e encontrar, quase sempre, respostas perturbadoras . Eu era um garoto de sete anos para quem a vida já começava a revelar o seu lado problemático e, até, misterioso. 

Cabisbaixo e triste, fui devolver o cachorrito à ninhada, desta vez, já não na mochila, mas ao colo. Prolonguei aqueles minutos, o mais que pude. Enquanto o tinha ao colo era meu, o cãozinho, tão pequenino e vivaço, parecia já querer brincar, com os olhitos muito pretos fincados nos meus.

Passaram vários anos sem que o desejo de ter um cão se concretizasse. Cá dentro sentia uma pequena mágoa e, só a Mitzi, a cadela dos meus avós ia ajudando a suportar a ausência de um patudo espevitado. Mas convenhamos, não era a mesma coisa. Tratava-se de uma cadela muito mimada, de porte altivo, sempre junto do meu avô, enroscada nas mantas e disputando os sofás com todos lá em casa, para desespero da minha avó. Estão a imaginar um dogue alemão azul, a competir por um sofá? Fazia-o com tal mestria que era digno de se ver. Gostava de se deitar ao comprido, a toleirona e tinha um jeitinho especial para ser a primeira a chegar ou, então, começar por sentar-se, para depois, sorrateiramente, ir empurrando os obstáculos com o seu pesado corpo. Os obstáculos éramos nós, pessoas, está claro.

Quando tal acontecia, e era muito frequente, o meu pai abanava a cabeça e revirava os olhos, desaprovando aquele atrevimento  consentido. Por estas ocasiões jorravam conversas sobre cães e de como educá-los. Que o dono é que mandava, que tinham de sentir a sua autoridade, enfim, muita prosa para pouco efeito, sobretudo nos meus avós que viam na cadela uma espécie de pessoa. A verdade é que  era uma grande companhia para o meu avô e uma carga de trabalhos para a minha avó que, nem por isso, gostava menos dela.

Quando vinham à quinta, a Mitzi viajava no banco de trás da carrinha. Ficava eufórica quando via todo aquele espaço a perder de vista, convidando-a para correr. Era cadela de cidade, não conhecia a liberdade do campo, a não ser, quando os meus avós vinham à apanha da azeitona ou à vindima. E que tentação era banhar-se na água da charca, sempre a chamar por ela. Mas, qual quê! Nem pensar. Estava proibida de aventurar-se campo fora e muito menos na charca, pois podia afogar-se. – Aqui, Mitzi! – chamava o avô, estendendo uma manta no chão, onde ela prontamente se deitava.

A minha avó cozinhava arroz carolino com frango sem pele, temperado com azeite virgem e alho, bem saboroso por sinal, disse-o o meu irmão mais novo que, certo dia, estando com fome se dirigiu ao fogão e não resistiu a comê-lo, sem saber que era o arroz da cadela.

Estava tudo explicado. Para os meus avós, a Mitzi não era bem uma cadela. Era um ser que fazia parte das  suas vidas, uma amiga de quatro patas, que além de afeto e alegrias, os ocupava com mil e uma preocupações e cuidados.  

Nove anos depois da sua chegada, como presente oferecido pelo meu tio, a Mitzi partiu.Teve direito a todos os cuidados de saúde, até fechar os olhos para a vida, já muito velhinha. 

Nesse ano, pelo Natal, o meu avô surpreendeu todos, quando tirou do bolso um papel e, um pouco trémulo pela comoção, leu um poema que se intitulava “Mitzi”.

Fez-se um silêncio estranho e embaraçoso, na sala. Depois de o ler afastou-se, com os olhos lacrimejados, guardando o papel no bolso, como se de algo sagrado se tratasse. 

Creio que, naquele momento, todos percebemos que certos animais nunca vão embora.

Próximo capítulo: "O encontro inesperado"

Celeste Almeida Gonçalves


sábado, 26 de junho de 2021

À espera do teu sorriso

 

                                                                                       Ilustração de Cristina Malaquias

Já não é primavera.

Deixou-nos e viajou mascarada.

Esteve um ano, dois anos, mascarada. É tanto tempo! Penso que ficou magoada.

Um dia, contarás que a primavera se cansou de não lhe vermos o sorriso.

E que apesar disso,

Saltou à corda nos jardins.

Brincou com barquinhos de papel nos lagos.

Beijou a lua nas noites felizes.

Sonhou e enamorou-se do sol.

Sonhou e enamorou-se do mar.

Deixou-se abraçar pela chuva.

Deitou-se nos campos de flores.

Perfumou os dias cinzentos.

Florida, aqueceu corações.

Dourou o olhar e chamou todas as cores.

Mas alguém lhe viu o sorriso?

E tu dirás que chorou todas as dores.

Mas quando regressar, a bela primavera não virá mascarada.

Virá colorida e não ferida.

E tu sorrirás com ela.

Celeste Almeida Gonçalves

sábado, 19 de junho de 2021

terça-feira, 15 de junho de 2021

O Duende e a Cabana


                                                                                                                        Ilustração de Sandra Serra

Numa grande árvore com fartas folhas verdes, tronco para abraçar e vigorosos ramos, um jovem duende construiu uma cabana, que de vermelho pintou e onde um tesouro guardou.  

Instalada firmemente na acolhedora árvore, aquela casinha de sonho, tinha horas infindáveis de paciente trabalho.

O suor escorrera durante dias e dias pelas faces deste aprendiz de carpinteiro. As suas mãos ficaram calejadas pelo manejo das ferramentas, as pernas doridas e as costas derreadas, por causa das pesadas tábuas que carregou.

Ficara linda a cabana, bordada pela folhagem, com porta e janela para o céu azul espreitar, as estrelas e a lua contemplar.

Mas passou por aquela árvore, varreu os campos, em fúria, um monstro endiabrado, que parecia o vento irado. Era enorme este ser malvado. Desgrenhado e de olhos esbugalhados, tinha boca de caverna e corpo de  rochedo. Que medo!

Cruel, o monstro desajeitou o sonho do duende e, furioso, à cabana arrancou a alma, tábua a tábua.

Abandonada pela sorte, foi a cabana caindo, atirada em arremesso por aquele ser impiedoso, até restar desmanchada no chão.

Tinha o monstro debandado, quando o duende, dela se abeirou e, ao ver tamanha destruição, dentro dele, um turbilhão de emoções se acendeu como um clarão.

Cerrou os dentes e as mãos, os olhos chisparam revoltados e choveram lágrimas que escorreram pelas suas faces vermelhas, até formarem um rio de raiva.

Tremeram-lhe as pernas, doeu-lhe a barriga e o jovem duende sentiu que, por vezes, a injustiça também vence.

Mas a cabana ali estava, aguardando um ser gentil que com calma e persistência, brincasse de novo com ela, consertando o desvario do  monstro, juntando as suas peças como um puzzle,  dando-lhe vida outra vez.

E sob um ameno sol, com a frescura da aragem, o duende amaciado reuniu forças, desfez a raiva e reconstruiu a cabana, vestindo-a com um luminoso amarelo.

Que encantador fica o duende, espreitando pela janela e, quantas vezes, subindo a escadinha de madeira, ruma a um novo sonho, com outro tesouro para abrigar.

Quanto ao monstro, encolheu, encolheu, encolheu, até ficar do tamanho de uma minúscula pedra. Iniciou, então, uma nova viagem, quando um menino, ao brincar, o atirou ao mar. Será que ele sabe nadar?  

 

Celeste Almeida Gonçalves


O que há de novo aqui

De Moçambique, com amor

" D e Moçambique, com amor"                (Direitos reservados) A minha passagem por África – “passagem” será um termo desajustad...